Pesquisadores da UFV ainda trabalham na recuperação de Mariana, quatro anos após a tragédia
- onoticiario
- 7 de nov. de 2019
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A tragédia causada pelo rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana (MG), completa quatro anos nesta terça-feira (5). Desde o dia do desastre, pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV) trabalham na recuperação de áreas degradadas.
De acordo com a instituição, os projetos têm sido desenvolvidos por diversos departamentos, e contemplam o monitoramento e recuperação de água e solos contaminados pelos rejeitos da mineração e propõe alternativas de renda para moradores atingidos.
Os projetos envolveram pesquisadores dos departamentos de Biologia Geral (DBG), Biologia Vegetal (DBV), Solos (DPS) e Microbiologia (DMB).
O professor Igor Assis, por exemplo, é especialista em recuperação de áreas degradadas, foi um dos primeiros pesquisadores a percorrer a área atingida, juntamente com pesquisadores do Departamento de Solos da UFV.
Atualmente, ele é membro do Conselho Consultivo da Renova, a fundação criada em 2016 para reparar os danos provocados pelo rompimento da barragem.
“Já vivenciamos muitas fases diferentes no enfrentamento dos problemas gerados pelo acidente e aprendemos muito com isso. Apesar da tragédia, tem sido uma experiência importante para professores e pesquisadores”, explicou.
Ele destacou ainda que as empresas contratadas para trabalhar na recuperação do local têm gerado uma grande quantidade de dados, que têm sido interpretados pelas universidades, em especial a UFV, que conta com grande número de pesquisadores em atuação.
“Os problemas sociais e ambientais são diversos e exigem muito conhecimento. Creio que, atualmente, na parte continental do local atingido, a UFV é a universidade que mais tem contribuído com técnicas e soluções para recuperação das áreas degradadas”, completou.
Projetos
Desde 2016, diversos projetos da UFV foram aprovados em editais gerenciados, por exemplo, pela Fapemig. Das sete propostas, a maioria tratava do monitoramento e recuperação de água e solos contaminados pelos rejeitos da mineração. Foram recursos na ordem de R$ 985 mil.
No ano passado, outros quatro projetos da instituição foram aprovados em edital conjunto entre a Fapemig e Fapes. O foco das propostas foi o uso sustentável da terra e da água, envolvendo também os departamentos de Solos, Microbiologia e Biologia Geral.
O Departamento de Economia Rural (DER) também elaborou um projeto de implantação de uma rede de conhecimento e cooperação entre pesquisas, pesquisadores, alunos e moradores da Bacia do Rio Doce. Os projetos aprovados aportaram cerca de R$ 1,2 milhão em verbas para pesquisas.
Com a criação da Renova, alguns projetos da UFV foram contratados diretamente pela Fundação e gerenciados pela Sociedade de Investigações Florestais (SIF) ou pela Funarbe. Juntos, sete projetos somam recursos da ordem de R$ 8 milhões.
Com algumas áreas já recuperadas, pesquisadores da UFV têm contribuído também para a retomada das atividades agrícolas da região. Um dos projetos visa fortalecer as práticas de assistência técnica e extensão rural.
O objetivo é assessorar prefeituras no planejamento de políticas públicas e desenvolvimento rural e fortalecer instituições que atuam no desenvolvimento regional. Há ainda outros projetos para apoiar cadeiras produtivas e assessorar movimentos sociais organizados.
Recuperação da Bacia do Rio Doce
Outro projeto envolve na UFV as equipes coordenadas pelos professores José Ambrósio Ferreira (DER), Demetrius David da Silva, do Departamento de Engenharia Agrícola (DEA), e Elpídio Fernandes Filho (DPS).
Esta equipe criou uma metodologia envolvendo três critérios para definição das áreas prioritárias que, reflorestadas, garantam a segurança hídrica para as cidades atingidas: índices de vulnerabilidade ambiental, de vulnerabilidade social e de vocação para regeneração.
(FONTE: G1 Zona da Mata)
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