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Dirceu Lopes: Um exemplo aos ídolos do esporte moderno

  • Mateus Gori
  • 23 de nov. de 2018
  • 2 min de leitura

Foto tirada no momento da entrevista.

No dia 10 de novembro de 2018 (um dia após meu aniversário), tive uma das mais gratificantes experiências da minha carreira, uma entrevista exclusiva com um dos maiores jogadores da história do futebol brasileiro: Dirceu Lopes. O que imaginei que seria uma catarse de conhecimento e história futebolística, foi muito além, com uma verdadeira aula para os atletas atuais de como se portar como ídolo, formador de opinião e referência para jovens e crianças.


Um senhor de 72 anos, que não cobrou cachê para vir a cidade, com fala tão baixa quanto a estatura e uma experiência de vida que carrega o surgimento do Cruzeiro em cenário nacional, o fato de ser uma referência para a seleção brasileira em sua fase mais frutífera, segundo maior artilheiro da história de um dos maiores clubes do país e ainda ter sido o primeiro jogador da história a colocar Pelé no banco de reservas... Compartilhar todas essas histórias foi algo impressionante, assim como saber que tudo isso foi fruto de uma humildade sem tamanho, que acabou sendo, talvez, responsável por sua maior frustração no esporte.


Na preparação para a Copa de 70, no México, Dirceu era tratado pelo então treinador, João Saldanha, como o grande líder técnico da seleção, chegando inclusive a colocar Pelé no banco de reservas para dar mais liberdade ao mineiro de Pedro Leopoldo. Os resultados dentro de campo eram positivos, mas Saldanha era ligado ao Partido Comunista Brasileiro, o que não agradava ao presidente da época, o militar Emílio Médici, que utilizou como justificativa uma não convocação de Dadá Maravilha como motivo para a demissão do treinador, às vésperas da Copa. Zagallo foi o escolhido para assumir e de cara convocou Dario, minando Dirceu da lista.


Muitos colocariam a culpa na política, na ditadura militar ou em algum tipo de protecionismo, mas Dirceu Lopes não. Ao ser questionado por mim sobre quem foi o principal culpado por sua não participação na Copa de 70 a resposta foi: “O principal culpado fui eu. Minha timidez fez com que eu não questionasse, pois sei que se eu tivesse batido na mesa, teria participado da Copa, com certeza”.


Após a entrevista, Dirceu distribuiu autógrafos a todos os funcionários da rádio, sempre com sorriso no rosto.

Obrigado Dirceu! Obrigado como jornalista, como ser humano, como amante do futebol bem jogado e, principalmente, como um homem que se preocupa desesperadamente com o rumo que leva o nosso país. Se mais ídolos agissem como você, nossos prognósticos com certeza seriam de mais esperança. Mais do que nunca a alcunha de Príncipe se justifica ao falarmos de uma lenda como você!

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