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De Ubá a Bagé: conheça a história do homem que pedalou mais de 2.400 km para conhecer familiares

  • Ana Santos
  • 11 de jul. de 2018
  • 4 min de leitura


Mesmo sem saber o que o esperava pelo caminho, nem mesmo se, de fato, iria conseguir encontrar seus familiares, como quisera, no dia 29 de abril, o ciclista, Arnaldo Collares Lage, autônomo de 56 anos, saiu da cidade de Ubá em direção a Bagé. A motivação da aventura foi dupla: conhecer familiares que ele acreditava ter no Rio Grande do Sul e divulgar nas cidades onde passasse, o ciclismo e o respeito à prática.


Ele percorreu mais de 2,4 mil quilômetros de bicicleta, durante cerca de 34 dias. Mesmo sem nenhum contato dos parentes gaúchos, ele se dispôs a enfrentar o desafio e colocar em andamento seu projeto de conscientização, intitulado “Projeto UBAGÉ” - que consiste em levantar a bandeira do ciclismo, em prol da saúde e do respeito mútuo no trânsito.


“Eu sempre tive um sonho, que era viajar de bike, e eu não queria ser só mais um pedalando/viajando. No entanto, estou em Ubá há quatro anos e botei um monte de gente pra pedalar. Eu tinha a escolinha: Iniciando no Pedal com o Carioca – onde incentivei muitas pessoas. Tive que fazer alguma coisa, porque como já é sabido por todos, prefeitura não faz nada! Então pensei: Eu preciso agir. Daí que me veio a ideia de respeito ao ciclista”, enfatiza ele, que pedala há cerca de seis anos.

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“Eu não fazia a menor ideia de quem eu iria encontrar, montei na bicicleta e viajei. As coisas foram encaminhando devagar. São 2.400 km daqui até lá. Eu tenho um diário de todos esses dias”.

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O ciclista conta que para custear a viagem, vendeu adesivos da campanha pelos lugares onde passou, além dos patrocínios que pôde contar, "[...] fui na Martinha da gráfica, que é muito minha amiga, expliquei a ela a ideia do meu projeto, e pedi que ela me doasse alguns adesivos para que eu vendesse, a fim de me manter na estrada. E ela disse: - Beleza! Quantos adesivos você quer? Ela me deu 2 mil adesivos e daí, eu comecei a vender, mas eu precisava também de um cartão de visita, para que as pessoas me acompanhassem; então eu fui na Séculos – onde foram feitos mil cartões. Procurei vender o máximo aqui em Ubá, saí daqui com 400 reais no bolso, fui na fé. Por onde eu passava, as pessoas vinham até a mim, eu contava a história do projeto e elas compravam os adesivos para me ajudar”.


Ele ainda salienta o apoio que teve, "[...] eu vendia o adesivo, mas para alguns motoristas, principalmente caminhoneiros, eu dava. Eles me pagavam o almoço, queriam me dar alguma ajuda, pois achavam bacana o projeto. Em cada cidade que eu passava, eu procurava uma casa de bike. Eu chegava, pedia manutenção na bike, se o cara podia fazer uma cortesia, aí eles me davam mais uma graninha pra ajudar e, com isso, eu batia a foto da loja e pedia para que eles fizessem isso também”.


O ciclista fala sobre a receptividade das pessoas que ele encontrara pelo caminho e como foi a busca pela visibilidade referente a seu projeto. “O ser humano é muito acolhedor. Eu recebi muita ajuda, muita mesmo! De vários hotéis, restaurantes. Muitos me perguntavam se eu estava viajando por viajar ou se estava só pagando promessa, eu falava que nem um, nem outro. Estou viajando e trabalhando”. Ainda ressalta: “Em todo lugar que eu chegava, eu procurava a rádio da cidade, jornal local, para falarem sobre meu projeto, pois senti que estava tendo uma repercussão muito boa, bem visível”.


Após dias pedalando na estrada, divulgando seu projeto e fazendo novas amizades, Arnaldo Collares, finalmente conseguiu encontrar seus familiares. “Chegando em Porto Alegre, onde tenho uma irmã, fiquei durante uma semana e depois segui viagem no frio, daí, encontrei uma prima, e através dela encontrei uma tia, sobrinhos, que eu não sabia que tinha e então começou a ficar bacana o negócio”.


Ele conta como se deu o contato com um suposto primo, que o ajudou a conhecer os ancestrais de sua família. “Eu tinha contato pela internet, com um suposto primo, também de sobrenome Collares e falei da ideia de ir ao Sul de bike. Ele era a única pessoa que eu tinha para me orientar e quando peguei a estrada, entrei em contato com ele e falei: - Olha cara, eu tô indo! Quando cheguei em Bagé, muitas pessoas já sabiam, pois já tinha saído noticiários que eu estava chegando. No momento que eu cheguei na cidade, empurrando minha bike, fui até um mercado e lá perguntei quem era Leonardo, aí ele veio, me deu um abraço e começou a me apresentar vários outros primos. Foi a coisa mais linda, pois eu não imaginava que tinha tantos parentes. Eles me apresentaram Bagé, vendi um monte de adesivos lá”, explica.



Arnaldo finaliza com detalhes sobre a importância do projeto. “Precisa haver conscientização e respeito ao ciclista. Pedalar faz bem a saúde. Teve pessoas na estrada que começaram a caminhar, porque eu incentivei. Estou com 56 anos, e faço este trabalho para inspirar pessoas a se cuidarem e não serem reféns de hospitais. Pretendo fazer um livro, relatando sobre o projeto, minha história". Para saber mais sobre o projeto, acesse o perfil no facebook.


Confira o vídeo postado pelo ciclista no YouTube com um mosaico de fotos com os parentes na chegada à Bagé:





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