Michel Pires conta sobre sua aventura pela Europa e sobre como começou sua paixão por pedalar
- onoticiario
- 27 de jun. de 2017
- 5 min de leitura
Michel Pires, Industrial, 44 anos, mais conhecido como "Azinha" sempre gostou de esportes, desde a juventude, e, nem nega "sempre fui competitivo". O empresário que já fez trilhas e enduro de motos, ganhou o Enduro da Independência, fez um IronMan 70.3 em Cancun conta que sempre se desafiou: segundo ele, somente assim, com um desafio e um objetivo, as pessoas têm animação para acordar mais cedo para treinar, regular a alimentação. Mas nada de se policiar demais, o atleta confessa que come e bebe o que gosta também "mas apenas para satisfazer a fome, e não com gula, pois no outro dia vou ser cobrado". Em sua última viagem o empresário viajou para a Espanha e pedalou quase mil quilômetros. Michel contou para nós um pouco de suas aventuras.
O Noticiário: Quando começou a andar de bicicleta e por quê?
Michel Pires: Parei de competir Enduros de motos, fiquei apenas passeando com o pessoal por aqui, mas sem objetivos, ai desisti de treinar, de me dedicar. Parei e fiquei 4 anos sem fazer quase nada, uma corridinha de vez em quando, nadar um pouco, nada serio, aí a barriga começou a aumentar [rs]. Magro barrigudo não dá. Comecei a pedalar, incentivado por alguns amigos de Tocantins, gostei e não parei mais.
ON: Quantas viagens já realizou?
MP: Já viajei muito: dentro do Brasil e para fora também. A vantagem da bike que você viaja e leva ela com você, estar a passeio ou trabalho não é problema. Você pode pedalar e conhecer muitos lugares que não conheceria a pé ou de carro. Geralmente nas minhas viagens eu levo a bicicleta, e, se não levo, alugo ou compro uma por lá. Não tenho mais como calcular quantos lugares já fui de bike, mas algumas ficaram na memória.
ON: Qual a viagem mais longa que fez? Quantos quilômetros pedalou?
MP: A mais longa foi esta ultima à Espanha, pedalamos quase 1000kms em 8 dias, so no segundo dia foram quase 200kms pedalados, o GranFondo Orbea em Vitoria Gasteiz, muito legal, subimos 7 montanhas neste percurso, duríssima a prova. Depois demos um giro pela Pais Basco, muito bom, montanhas que so via na TV onde passa a Vuelta da Espanha, subimos Lagos de Covadonga, Muro de Aia e Anglirú, este ultimo, eleita uma das piores montanhas da Europa para subir de Bike, uma das mais temidas pelos atletas profissionais nas grandes voltas mundiais, realmente duríssima, desafiadora, são 12,5kms com uma inclinação máxima de 23,5%. Fiz também a Travessia dos Andes, indo de Santiago no Chile a Mendoza na Argentina, atravessando a Cordilheira, congelada, muito frio e muita montanha para subir, fizemos em 3 dias a travessia, depois subimos o Valle Nevado, subida dura demais também. Fiz também uma excursão a Santa Catarina, competição subindo a Serra do Rio do Rastro, fantástica, local lindo, mas duro também, fomos em 28 pessoas aqui da região, ja pedalei de Miami indo para Key West, passando pelas pontes que ligam as ilhas, muito bonito o lugar, deu 170Kms, pedalei pela Disney, lugar fantástico, Golfo do Mexico, Italia e muitos outros.

ON: Você costumar ir sempre com turma ou pedala sozinho também?
MP: Gosto de pedalar com turma, dificilmente pedalo sozinho, por questão de segurança, e, também porque não quero apenas fazer exercício, quero me divertir e conhecer lugares diferentes. Nesta ultima viagem estávamos em um grupo muito bom, demos risadas o tempo todo, alem de comer e beber bem, isto é importante, sozinho não iria a tantos lugares, por não conhecer e ter o animo de apenas ir. Um senhor de 71 anos nos acompanhou, o o Sr Felix.
ON: Já foi premiado?
MP: Já ganhei varias competições, regionais e também nacionais, alem de um Panamericano de Mountain Bike. Tenho uma vantagem de ser leve, sempre existem as subidas e ai tenho vantagem. Hoje prefiro pedalar por prazer, sempre me desafiando, como dito antes, sempre alguma viagem marcada para ter uma meta, não de ser o primeiro, mas estar entre os primeiros, principalmente porque quase sempre estou com turma mais jovem ou com alguns profissionais, ai fica impossível ser o mais rápido. Mas o bom preparo me deixa curtir mais a viagem e não sofrer em um desafio.
ON: Você acha que é importante que pessoas de várias idades pedalem?
MP: Com certeza! Em minhas conversas sempre tento convencer as pessoas a pedalar, ou fazer algum esporte que faça suar a camisa, ou no mínimo se mexer, pois com a pratica do esporte, você vai controlar sua pressão, colesterol, seu coração, intestino vão funcionar melhor; sua disposição aumenta, tudo melhora. Sempre digo "compra uma bike que é o melhor esporte que eu já pratiquei ou pratico". Pedalamos agora na Espanha com o Sr. Felix, um senhor de 71 anos, subindo montanhas com uma facilidade incrível, girando a bike rápido, um exemplo de vida a ser seguido, magro, disposto, bebedor de vinho e tudo mais, pessoa fantástica que conheci.

ON: Pratica algum outro esporte?
MP: Costumo correr e nadar também. Às vezes vamos a alguns lugares que não dá para pedalar, ai vou correr. Nadar é muito bom, mas um esporte individual, você não nada batendo papo, não vai a algum lugar nadando, sempre fazendo voltas no mesmo lugar, isto não me motiva, so faço para caso volte a fazer Triathlon, não esqueci e também saber nadar é uma obrigação de todos, pratico estes outros esportes ate mesmo para me condicionar a pedalar, gosto dos 3, mas prefiro pedalar. Depois da viagem à Espanha vi que tenho de treinar mais serio, mais certo, sofri muito por la, ai hoje estou treinando com meu amigo Alan Lima, excelente profissional, o que já esta me trazendo bons resultados.
ON: Qual viagem ainda tem vontade de fazer?
MP: Quero subir as místicas montanhas na França e Itália. Subir o Mont Ventoux, Stelvio, Zoncolan e varias outras por lá. Quero também fazer o Tour da California, indo de Los Angeles a San Francisco. Ainda tem muitos lugares legais para ir.
ON: E sobre seus projetos futuros?
MP: Vamos agora em Setembro ao Chile. Estou organizando uma excursão: faço isto também. Vou aos lugares, e, quando chego o pessoal comenta que tem o sonho de ir também, então organizo o passeio. O pessoal diz que é a "Azinha Tour". Tento fazer um pacote mais em conta, que se encaixe no bolso de todos. Dessa vez vamos subir os Caracoles de Portillo, Valle Nevado, La Parva e outros. Pegar um frio [rs], neve, subir montanhas com 30kms de subida e desnível de 3000 metros, alem de, passear e visitar vinícolas, que é a hora boa, beber e comer muito bem.
ON: Há alguma história inusitada que tenha acontecido durante uma de suas viagens?
MP: Situações engraçadas acontecem o tempo todo, mas a que conto sempre e ficou gravada é o porquê do apelido "Azinha"[rs]. Ganhei este porque quebrei o braço em uma competição (Copa Internacional em Congonhas) e logo depois teria o IronBiker em Mariana, no qual já estava inscrito, exatos 35 dias após, iria correr de Dupla com meu amigo Bruno Condé. Disse a ele depois do tombo, que eu iria correr de qualquer jeito, tinha uma viagem aos EUA e lá, ao invés de de gesso, coloquei uma imobilização do braço, que deixa ele articular um pouco, sem comprometer o local quebrado. A recuperação normal seria em 60 dias pra depois começar fisioterapia e pelo menos 90 dias para voltar a pedalar. Com 25 dias voltei a pedalar speed (asfalto), mas o Bruno mudou de categoria e foi correr sozinho, me falou que estava com medo de meu braço não estar totalmente curado. [...] A prova foi dura, com muitos obstáculos, e corri o IronBiker com o braço protegido, ele não esticava todo e nem dobrava direito, ficava meio dobrado, tipo uma “asa” quebrada. Corri e cheguei ainda na frente da galera aqui da região, inclusive do Bruno, ai o o apelido pegou: Michel Azinha.
A atleta completou "o bom da Bike é que o céu é o limite, você pode pedalar no quintal da sua casa, nas redondezas ou mesmo no exterior, com a bike você vai onde quiser, alem de ser ótimo para o corpo e mente" explicou.
Comments