A igreja de São José
- Miguel Batista
- 13 de fev. de 2017
- 2 min de leitura

As primeiras ideias sobre a Igreja de São José, remontam ao início do século XX e segundo relatos era equiparada a uma ermida, com características simples e ficava localizada no Largo de São José, hoje praça da Independência.
A capela era responsabilidade da Igreja de São Januário e foi demolida em 1903 pelo Monsenhor Paiva Campos, dando lugar a uma construção em alvenaria em estilo neogótico. O neogótico popularizou-se no Brasil perto do final do reinado de D. Pedro II, especialmente a partir da década de 1880, em substituição ao estilo colonial, que era o predominante em nossa região. A fachada principal era composta de uma única torre, com um único sino e apesar de um estilo simples, existiam entalhes em estilo rococó, na parte superior das portas e janelas. Na parte interior da Igreja de São José, sobre a porta principal, existia uma varanda, dedicada ao coral e o piso era todo em ladrilho hidráulico. O forro da igreja era todo de madeira e além da nave principal, existiam dois corredores laterais, com alguns altares. O altar ficava em local mais alto que o piso da igreja e era todo em madeira e a imagem de São José ficava no nicho central, ladeada por outros santos.

Com a criação da nova paróquia de Nossa Senhora do Rosário, todas as atividades foram transferidas para a Igreja de São José, que também ficou sobre a responsabilidade da nova paróquia. A Igreja de São José foi utilizada como Matriz provisória de Nossa Senhora no período de 1923 a 1961. No altar de madeira, abaixo da imagem de São José, passou a compor o altar a imagem original de Nossa Senhora do Rosário.
Devido ao esquecimento de uma vela acesa no altar, por uma das pessoas responsáveis pela Igreja de São José, o altar de madeira sofreu com um incêndio, sendo destruído. No incêndio a imagem de Nossa Senhora do Rosário teve parte de sua estrutura queimada e no lugar do olho entalhado de madeira, foi colocado um olho de vidro pela pessoa responsável pela restauração.

Após o incêndio a igreja refez o altar mor em cimento, apenas com o nicho de São José e continuou a utiliza-la nas práticas religiosas, até ser desativada, pois as obras da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, já estavam bem adiantadas e passou a ser utilizada inacabada. Sem função, apresentando rachaduras e com o teto da igreja podre e corroído pelo tempo, ameaçando a desabar, chegou-se a conclusão de que uma reforma seria muito honerosa e como a Igreja de Nossa Senhora do Rosário precisava ainda de investimentos financeiros, tomou-se a decisão pela venda do imóvel. Com uma autorização do bispo diocesano Dom Gerardo Ferreira Reis, foi dada uma procuração ao Padre Pedro Moreira, para que fosse efetuada a venda a igreja para o empresário José Francisco Parma.
O valor acertado foi de dezoito mil cruzeiros novos e o empresário doou um terreno no bairro industrial, para que fosse feita uma nova igreja.
A demolição da igreja foi acompanhada pelos ubaenses com um misto de tristeza e revolta. Hoje se lembra da velha igreja com saudades das missas, das coroações e das festividades na praça da Independência.
*Miguel Batista - especial para O Noticiário
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