Publicidade gera retorno 10x maior do que valor investido
- Joyce Stampini
- 22 de nov. de 2016
- 3 min de leitura
Cada R$ 1 investido em publicidade gera, em média, um retorno de R$ 10,69. Este é o resultado de um estudo feito pela Deloitte, divulgado pela Associação Brasileira das Agências de Publicidade (Abap) na primeira semana de novembro.
A pesquisa foi motivada pela crise que o país está passando e que consequentemente afeta o investimento em publicidade. “O empresariado está ‘ferido’ pela crise, principalmente as indústrias. Para se ter uma ideia, somente a indústria de Ubá apresentou uma redução de 1.060 postos de trabalho de setembro de 2015 a setembro de 2016, o que representa uma retração de 8,48% das vagas de emprego”, explica o economista Leonardo Parma.
Este panorama fez com que muitos empresários de Ubá diminuíssem ou cortassem o investimento publicitário. No entanto, o relatório anual do Fundo Monetário Internacional (FMI), avaliou que a economia brasileira pode estar perto de deixar o período de recessão. "Acredita-se que o cenário de crise será revertido em 2017, mas não em um ritmo acelerado. E isso dependerá principalmente de reformas que reduzam os gastos do governo, que consequentemente tende a reduzir as taxas de juros e a reaquecer o consumo", completa Leonardo.

Segundo o estudo da Deloitte, a rentabilidade das empresas caiu, em parte, devido a falta de propaganda. A pesquisa, mostra ainda o impacto da publicidade na economia brasileira. Para se ter uma ideia, cada variação de 1% nessa atividade desencadeia variação de 0,07% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.
Segundo Fabiano Fusaro, que é Pós-Graduado em Gestão Empresarial, Marketing e Comércio Exterior, muitos gestores minimizam a importância da propaganda ao serem pressionados pela concorrência agressiva de hoje e concentram-se apenas na relação direta entre propaganda e vendas. “Não é a primeira crise que vivemos e, nessas ocasiões, algumas empresas suspenderam rapidamente a propaganda, enquanto outras a mantiveram na medida do possível. Algumas vezes, o mercado levou um ou dois anos para se recuperar, mas quando isso aconteceu, as marcas que haviam mantido a propaganda saíram-se sempre melhor”, diz.

Para Cleucio Chirico, dono da Agência Valente, os empresários possuem o mesmo acesso à tecnologia e a matéria prima que seus concorrentes, sendo assim o que diferencia o seu produto do concorrente é o trabalho feito com ele, logo fazendo uma publicidade e um marketing bem feito da marca fará com que seu produto ganhe força. “O investimento em publicidade é uma forma eficaz de fortalecer a marca e de agregar valor ao produto ou ao serviço que essa empresa venha prestar”, completa.
Na contramão da crise
Contrariando a crise, a Faculdade Governador Ozanam Coelho (Fagoc) continuou e aumentou o investimento em publicidade. Segundo o diretor geral da faculdade, Marcelo Andrade, a empresa sempre investiu em marketing e propaganda. "Aumentamos muito nossa presença nas mídias sociais, estamos presentes em quase tudo e em quase todas as mídias da cidade e da região", conta.
Marcelo ainda explica que o retorno foi positivo, como confirmam as pesquisas. "No ano passado, tivemos um crescimento superior à 10% em um cenário onde a média nacional estava negativa, com 17% de retração no número de matrículas".
O Estudo
A Deloitte usou como base o modelo econométrico desenvolvido pela consultoria na unidade do Reino Unido em 2012. E como medida do mercado publicitário brasileiro, foi considerado o último levantamento do Projeto Intermeios referente a 2014, que segundo o diretor da Abap, Armando Strozenberg, permanece atual. “O investimento não mudou quase nada”, afirmou ao site Valor Econômico.
Logo, usando os valores de 2014, os R$ 33,5 bilhões investidos em publicidade, naquele ano, geraram retorno de R$ 358 bilhões no PIB nacional.
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